1. |
Lamento
05:40
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Lamento verdadeiro:
Toda a vida trabalhei para comer um osso,
Sugaram-me o tutano chucharam-me o pescoço. (2x)
E agora chego aqui estou velho com desgosto.
Quero ir pr'á terra sem cavar nem pisar mosto.
Nunca pedi nada a ninguém nem um caroço,
Só naquele dia que queria curtir tremoço.
Na verdade não pedi, é minha, fui eu que a fiz,
A minha retraite, trabalho desde petiz.
Não m’interessam ostras, caviares ou Lilis.
Quero a minha vida, aprender a ser feliz.
E agora chego aqui estou velho com desgosto.
Quero ir pr'á terra sem cavar nem pisar mosto.
Nunca pedi nada a ninguém nem um caroço,
Só naquele dia que queria curtir tremoço.
Coro:
Se eu esticar a mão, não vai ser para pedir
Se eu esticar a mão, vai ser para te agredir
Se eu esticar a mão, não vai ser para pedir
Se eu quiser tremoço, vou-te apertar o pescoço
Lamento falso:
Sempre trabalhei com gosto faço o que quero,
Tudo o que tenho veio de trabalho sincero.
As casas na praia, no campo e na serra,
Aplicações modestas juros muito concretos.
Dei trabalho a muita gente que nada podia
E agora preciso de ajuda no dia-a dia.
Tenho muita despesa na minha cortesia
Venham lá apoios para as ondinhas na piscina.
Não se pode viver sem algumas veleidades
São essências minhas não como as vossas vaidades.
Algum sacrifício, pedem, faço à vontade:
Não corto na minha mas na tua liberdade.
Dei trabalho a muita gente que nada podia
E agora preciso de ajuda no dia-a dia.
Tenho muita despesa na minha cortesia
Venham lá apoios para as ondinhas na piscina.
Coro:
Se eu esticar a mão, não vai ser para pedir
Se eu esticar a mão, vai ser para te agredir
Se eu esticar a mão, não vai ser para pedir
Se eu quiser tremoço, vou-te apertar o pescoço
Toda a vida trabalhei para comer um osso, sugaste-me o tutano, chupas-me o pescoço.
Nunca pedi nada a ninguém nem um caroço,
Tem muito cuidado já te estou a abrir um fosso.
Deita-te na cama d’ouro deita-te à vontade, dei-te o teu poder, dei-te a tua veleidade.
Vou estar à tua espera vou-te espremer a verdade, a verdade, a verdade.
Coro:
Se eu esticar a mão, não vai ser para pedir
Se eu esticar a mão, vai ser para te agredir
Se eu esticar a mão, não vai ser para pedir
Se eu quiser tremoço, vou-te apertar o pescoço
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2. |
Pirata
03:26
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É Curioso etiquetar de criminoso aquele que por falta de cheta ludibria a etiqueta.
A instituição tem o mercado na mão, acumula o seu tostão, não abdica do quinhão.
Não o prato não é meu, só o criei, estou aqui para o expressar, representar, não para tomar o teu lugar…
A informação está feita para partilhar.
Adquiriu a sua própria autonomia pensas que é pirataria, pertence à comunidade.
A tua é minha, a minha é tua, qual é a tua, oh meu, qual é a prioridade?
Com o que eu crio podes muito bem fazer aquilo que tu quiseres, aquilo que entenderes.
Copiar, recontextualizar, embutir, não pegues nela se não for para repartir.
Será de certo esta rima mesmo minha? Do sábio, ou da vizinha?
Quem és tu para julgar? Culpar, prender, exercer o teu poder, coibir, são formas claras de excluir…
Exclusivo o direito, é passivo, ou activo? Será apenas nocivo para a ideia tão feia que queres conservar.
Minha criatividade conservada em formol, experiência falhada num laboratório muito mole.
Pegas, pões numa linha de montagem, não é mais do que pilhagem para a gente da tua laia que me priva da alfaia.
Seu burocrata, ficas com a prata e eu é que sou o pirata.
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3. |
Rabanetezinho
03:55
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4. |
Cham'á Rita ao Centro
05:18
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Vais á esquerda
Vais á direita
Vais mais ao lado
Ficas ao centro
Vai mais à frente
Mai' um bocadinho
Chegas-te atrás
Roda pianinho
O Mandador:
Chega-te à frente oh cagarro,
Não foges da minha empreita.
Vens quando eu te chamo,
Ou vais de maleta em maleita.
Chama a tua, chama a minha,
A minha sempre vai apagada.
Chega-te à minha beira
Vê a menina babada
Tá de esguelha para a esquerda
Levas solha para a direita.
Todo o dia a levar
Com esta minha corneta.
As virtudes d’ir ao centro,
D’ir ao centro e não voltar.
São aquelas que te dizem,
As que ouves sem parar.
O mandado:
Tentei andar para a frente,
Rodopiar e voar.
Guinchar com’ó cagarro
para como ele cagarrar.
Todos puxam para o meio,
Mas eu não vou parar.
Vou buscar outra roda
E vou-me pôr a dançar.
Para a esquerda e para cima,
Em frente e em liberdade
Esta roda rodopia,
Rodopia, para nos cansar.
Tanto vamos para o centro
Que um dia vamos tombar.
Lá estaremos em roda viva,
Para a nossa vida arrepanhar.
Roda o moinho, roda a vida,
Farinha desse mesmo saco.
Mois-me a cabeça, a minha,
Mas eu não sou assim tão fraco.
Companheiros da nova roda
Rodai para a nossa esquerda.
O encontro é no farol
Ligai a luz que está lerda.
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5. |
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O Pedrinho foi para a escola
Aprender a ser gatuno.
Queria roubar o povo
No momento oportuno.
Não sabe usar pés de cabra,
Não sabe palmar carteiras,
Um gatuno como ele
Só palavras e rasteiras.
Oh Pedrinho põe-te a pau
Que o povo não te sente
São tal qual o lobo mau
E aos coelhos mostram dente.
As enciclopédias todas
Não chegaram ao Pedrinho,
Ele queria saber mais
Sobre ser um safadinho.
Lá seguiu o seu caminho
da escolinha até ao trono
Derrubando tacho a tacho
e nunca perdendo o sono.
Agora que pode e manda
Rouba como sempre quis.
Já nem no seu carro anda,
Já não é um aprendiz.
Não faz nada que seus pares
Não tenham feito também
Garante um bom futuro
Para os seus e mais ninguém.
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6. |
Memória Corrompida
06:41
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7. |
Fuga e Desconfiança
06:36
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F.M.I., B.I.C., B.C.E, B.P.P., B.P.N., F.M.I., B.I.C., B.C.E
Entre 2008 e 2017 o trabalhador contribuinte entregou vários milhares de milhões de euros a quem o enxovalhava:
B.P.P. - 600 milhoes de euros – 1 652 000 pensões médias mensais ou 2 000 000 000 copos de três na tasca do Ti Albertino.
B.A.N.I.F. – 3mil milhoes de euros – 8 264 462 pensões médias mensais ou 600 000 000 de bainhas com presponto na Zélia costureira.
B.P.N. – 3.2 a 5.4 mil milhoes de euros – até 14 000 000 de pensões médias mensais – 2 700 000 000 kg feijão manteiga ou 67 anos de feijão de graça para toda a população de Portugal.
B.E.S. - Inquantificável
Não era eu, eu não peitava.
Vinha do ar, eu nem lá estava.
Não fui eu, eu não peitava.
Eu nem me chamo Zeinal Bava.
Não era eu, eu não peitava.
Se era salgado eu nem gostava.
Não era eu que subornava.
Vinha do ar, eu nem lá estava.
F.M.I., B.I.C., B.C.E, B.P.P., B.P.N., F.M.I., B.I.C., B.C.E
Não era eu, que corrompia.
Vinha do ar e mal se via.
Não era eu que subornava.
Se era salgado eu nem gostava.
F.M.I., B.I.C., B.C.E, B.P.P., B.P.N., F.M.I., B.I.C., B.C.E
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8. |
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9. |
A Charanga Portugal
...é um projecto de música electrónica fortemente ligado às raízes da cultura popular portuguesa, mais concretamente à “folk” nacional. Ao mesmo tempo que utiliza computadores, beatboxes, sintetizadores, ferramentas virtuais e influências musicais globalizadas, utiliza também o Bombo, a Gaita-de-Fole, o violino, a Ti Catarina Chitas na moda da Ceifa, os Adufes etc. ... more
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